segunda-feira, 30 de maio de 2016

Fora do Campeonato de regatas, torcida pergunta: para onde vai a Tuna?

Ontem foi um daqueles dias chato, tristes. Pela manhã ainda ensaiei ir para a Regata, a segunda patrocinada pela FEPAR, mas resolvi não ir. Um telefonema de um amigo, como eu,  apaixonado pelo esporte náutico e que todas as regatas está lá para conversarmos, cobrando a não participação da Tuna nesta segunda regata, tirou minha vontade de ir e quase me faz chorar de raiva e tristeza.
Fiquei em casa pensando, imaginando o quanto é lamentável o sacrifício de uns, misturado ao sofrimento; com o riso de outros, descomprometidos com qualquer  causa que seja.
Lembrei de meu amigo recentemente falecido GB João Rito, um de meus companheiros nas regatas. Muitas vezes, ia buscá-lo em sua casa para assistirmos juntos a regata. E na maioria das vezes saíamos felizes ao ponto de irmos à sede da Tuna tomarmos umas para comemorar.
Ontem não tinha clima, por isso não tinha tesão pra ir ver regata, não tinha alegria.
Tipo meio dia liguei para outro amigo que é ligado também ao esporte náutico e este, repetindo o anterior, cobrou minha presença, ao mesmo tempo que falou da tristeza da disputa do Campeonato de Remo sem a participação da Tuna. Quis saber só o resultado, pedi desculpas e desliguei, evitei levar papo adiante e explicações que não sou quem devo dar.
O fato é que hoje o Campeonato Paraense de Remo tem apenas duas agremiações disputando -por sinal estão empatadas, porque o Paysandu ganhou a primeira regata e o Remo ganhou a de ontem.
A beleza de uma disputa democrática, onde a Tuna sempre foi a equipe reveladora de bons remadores -e ainda a mair ganhadora de títulos na baía do Guajará!-, parece que virou passado. Pelo andar da carruagem, tudo leva a crer que a Tuna não participará também da próxima regata, que será no dia 26 de Junho próximo. A equipe não tem atletas, os do ano passado estão todos espalhados por Remo e Paysandu (seguindo no esporte náutico, o caminho "normal" que sempre predominou no futebol: a Tuna revela e eles levam). Até o técnico Lindão, que não se sabe se está ou não mais na Tuna, não fala nada sobre o futuro do clube no esporte náutico.
A diretoria da Tuna, nem a de Esportes Náuticos nem a Diretoria Executiva do clube falam nada. Ao que parece a tendência é jogar fora uma tradição de mais de 100 anos, pois a Tuna foi a primeira a iniciar o esporte náutico em 1906, vindo tempos depois os outros dois.
Não vou ficar aqui me lamentando,  mas penso que a história poderá julgar em futuro os que acabaram com os nossos esportes, principalmente aqueles em que a Tuna sempre se destacou e foi a única equipe a ganhar um Decacampeonato (1948 a 1957 e que ainda hoje é a campeoníssima do Estado do Pará.

3 comentários:

  1. Marcos, vou ser sincero com você, sem querer bajulá-lo, pois não é a minha intenção e nem tenho porque sê-lo.Quero apenas ser justo. Sei que você e alguns poucos amam este esporte na Tuna. Vi você e estes outros na torcida e na organização do esporte nautico tunante. Mas apesar de toda a luta dos abnegados nessa época, faltou um apoio maior da gestão do clube. Quando você e seu grupo deixaram a diretoria náutica foi o golpe de misericórdia, pois não houve mais quem pudesse sustentar, até mesmo minimamente, o esporte de remo da Tuna. Infelizmente! E vemos de nova a velha história de Remo e Paysandu levarem nossos atletas. Penso que uma nova história precisa ser construída na Tuna. É necessário resgatar aquela Tuna dos esportes. Não sei exatamente quando esta nova história vai começar e nem como. Mas sei que é preciso. E não será uma construção fácil, porque talvez seja preciso recuperar uma terra bastante cansada, revigorar algo que estará bem fragilizado. Lamento profundamente ver o esporte nautico ter chegado a este ponto. Só posso desejar que novos tempos venham e que pessoas que amam muito os esportes na Tuna possam trabalhar para que voltem um dia com brilho. Mas espero que estes dias de ressurreição não demorem, pois quanto mais demorarem, mais difícil será reerguer. Falo isto de coração, porque sou tunante desde criança e tenho acompanhado a Tuna nas regatas de uns anos para cá e no futebol. Triste sim, muitíssimo triste em ver nosso clube tão enfraquecido esportivamente, sem destaque, visto por diversos não tunantes como se fosse agora um museu esportivo. Os tunantes de corpo e alma, que gostam da Tuna gloriosa nos esportes, não merecem esta Tuna apagada esportivamente.
    Que venham os novos tempos e que não custem a vir. Que seja mesmo como dizem alguns a Tuna como uma fênix a ressurgir das cinzas. Uma águia ressurgindo como fênix. Outra coisa, acho que já acabou o tempo do Lindão na Tuna. Ele já teve seus grandes momentos, mas acho que é preciso renovar.
    Viva a Tuna Luso Brasileira! Viva a nossa Águia Guerreira!
    Márcio.

    ResponderExcluir
  2. Tenho andado triste com o que vejo na Tuna ultimamente. E o que vejo confirma o que já estava pensando ultimamente. Excesso de orgulho e muita vaidade estão preponderando.E não há um compromisso mais firme com a grandeza esportiva da Tuna. Os esportes da Tuna estão sendo desvalorizados. Tenho medo que seja o início de uma derrocada completa dos esportes tunantes. Porque quando outras pessoas assumirem o clube, a parte esportiva poderá ser terra arrasada, difícil de recuperar. Tomara que haja uma saída para a situação que a Tuna está vivendo nos esportes. Desejo ardorosamente que o clube volte a ser uma potência esportiva regional. Márcio

    ResponderExcluir
  3. Está no Diário do Pará que o arrogante presidente do Paysandu disse que o seu clube foi o primeiro paraense a ser campeã nacional. Mentira! A Tuna foi o primeiro clube paraense a ganhar um título nacional, a Taça de Prata, em 1985.
    Márcio

    ResponderExcluir