segunda-feira, 22 de junho de 2015

Remando contra a maré!

Ontem na regata em que Tuna, Remo e Paysandu participaram, vencida pelo Paysandu, tive (vou usar a primeira pessoa) todos os motivos para sair irritado e triste da estação, ao ponto de ter que me isolar durante umas duas e refletir sobre muitas coisas.
Tenho me dedicado, juntamente com meus companheiros Gerardo e Mangas, do que podemos dizer "salvação" da garagem náutica, que estava completamente abandonada, ao ponto de em 2013, ao longo de cinco regatas, ter conseguido apenas duas duas vitórias.
Sem barcos, sem remos, sem atletas, sem apoio, o técnico Lindão fazia o que podia, e podia pouco, por isso a coisa caminhava parra o fechamento.
Quando o Charles e o joão ganharam, convidaram-me para assumir a garagem, conversei com meus amigos da Confraria e eles falaram que me ajudariam.
Conversei que sei que para manter a garagem com café da manhã, que engloba pão, bolacha, café, leite, manteiga, mais passagens de Ônibus de atletas, anuidade paga à FEPAR,  inscrição nas regatas, transferências  de atletas e outras coisas pequenas, chega-se pelo menos a 2 mil reais mensais. (só para manter, isso sem adquirir barcos, remos, etc.).
A Tuna sempre se manifestou que não poderia ajudar com nada, ou seja, tenho que me virar, porque para o esporte náutico não existe dinheiro.
Bolamos um Carnet e com apoio dos amigos, fizemos um trabalho para arrecadar entre 600 e 700 mensais. Conseguimos bolachas, biscoitos e macarrão com a Trigolino e minha panificadora passou a doar 30 pães diários. A princípio foi dando para manter com dificuldades,  mas com o tempo, muitos deixaram de colaborar, porque as coisas foram ficando difíceis e nessas horas os supérfluos têm que ser sacrificados.
Mesmo assim, fomos em frente. Conseguimos com o GB Alírio Gonçalves, fizemos uma feijoada ano passado e com o que arrecadamos compramos um barco, 2 com, do remador Morgado, com a sobra pintamos toda a frente da Sede náutica.
Este ano formamos uma equipe maior, mas perdemos alguns atletas para Remo e Paysandu, que continuaram a cooptar atletas nossos, agora com benesses maiores: salários. Foram vários, o último deles o Waldonilton, recebemos 2 mil reais por mês (ontem ganhou duas provas pelo Remo).
Tentei mostrar à diretoria que se não déssemos pelo menos uma ajuda de custo, tipo de 200 reais para alguns atletas, sempre iríamos participar, mas vencer era um pouco difícil.
Não recebi retorno e está aí o resultado. Ontem embora tenhamos sido inscritos em sete provas, só participamos de quatro e vencemos duas. Uma atleta pegou uma virose e passou duas semana sem treinar. Se eu tivesse um apoio maior, poderia ter resolvido o problema dela em uma semana e ela teria remado ontem. Outro atleta ontem durante a regata, passou mal em plena prova. E o Oito, que estava certo que iríamos remar, não deu porque o atleta que passou mal era justamente o oitavo que entraria no Oito Gigantes.
É muita dificuldade, muita luta e muito amor, podem crer. Para que todos tenham idéia da situação, para participarmos de uma regata, temos que desembolsar em torno de 2500 reais com taxas à FEPAR. O Clube diz que não pode ajudar com nada e ontem na Regata não tinha sequer um diretor da Tuna, a não ser eu presente. Nem sequer ligaram para desejar sorte à equipe. Ou seja, parece que não existimos. É complicado, manos!
Mas não vou desistir fácil, pelo menos por ora. Vou iniciar os trabalhos da construção da rampa, com o que temos da feijoada, e concluir.  Vou esperar a chegada do companheiro Gerardo, conversar com ele e o Mário Mangas e ver o que vamos fazer, o que é melhor. 
Sinceramente estou muito triste, sofrido, porque sou apaixonado e dedicado mas vejo que os apoios não existem e isso desestimula a qualquer um.  Enquanto nossos adversários trazem atletas de fora (Paysandu ontem trouxe um argentino, que venceu a prova, e uma atleta do Botafogo), nós não temos como ajudar um atleta com 200 reais mensais!. 
Pelo desabafo, peço desculpas aos cruzmaltinos, sócios da Tuna, seguidores do Blog, amigos, mas não consigo ficar calado.
Nossa história poderia ser diferente, com apoio o sucesso viria em todos os esportes onde em 112 anos fizemos o nome da Tuna. Mas a realidade é bem diferente. Salvar dá para salvar, mas ganhar títulos está bem difícil!

Nenhum comentário:

Postar um comentário