terça-feira, 12 de agosto de 2014

Morreu Robin Williams, o caçador de ilusões

Ontem, por volta das 19,30h, o celular toca e do outro lado meu filho Victor Hugo, depois de me cumprimentar, diz: "pai, vou lhe dar uma notícia:  o Robin Williams morreu hoje, na Califórnia, possivelmente por suicídio". 
Fiquei calado por alguns segundos. Depois, meio incrédulo, perguntei: "Como Vitinho? Não há um engano? Não foi aquele cantor que tem o mesmo nome do ator? Ele respondeu: não. "Já foi confirmado".
Queria entender o porquê de uma figura tão genial como o ator Robina Williams, praticar o suicídio. Mas essas coisas, creio, não têm uma explicação lógica.
Fiquei, em 2009, meio chateado, e até critiquei com a piada de mau gosto que ele fez sobre as olimpíadas no Brasil. Vacilou, se foi piada, preconceito ou qualquer outra coisa. Se foi sério, não deveria estar na sua normalidade, penso.  Mas isso não tira seu grande mérito como excelente ator e grande humorista. 
Meio abismado, triste, pensativo, quase choroso, rapidamente me veio na memória alguns dos filmes do excelente ator e cômico americano.
A começar por Popeye, que vi em Brasília, na década de 80. Confesso que achei interessante a atuação, mas sai do cinema preferindo o velho cartoon da tv em preto em branco.
Depois só fui ver Robin  Williams no sensacional "Bom Dia Vietnã", este, tão especial que além de ter visto duas vezes no Cinema comprei o DVD (não é pirata, viu?). Vez por outra revejo, ou só ou com amigos que não tiveram a oportunidade de ver tão perfeita obra prima que retrata o fantástico DJ Adam, que contraria a todos os seus superiores.
Depois de "Bom Dia..." passei a acompanhar mais de perto o trabalhos de Robin Williams. No início da década de 90 assisti, "A Sociedade dos Poetas Mortos", em Belém, no Olímpia. Confesso que sai do cinema completamente anestesiado de tanta emoção. Não sabia explicar como na época do cinema de violência e pornô, se fizesse uma obra tão perfeita, tão humana, capaz de nos fazer, chorar, reflexionar e nos colocar no lugar daqueles pais, daqueles filhos e daquele Mestre.
Quando meu filho passou no vestibular em Música, confesso que não gostei, porque via nele um grande potencial, por isso queria outra coisa para ele. Porém, me espelhei no filme e me coloquei no lugar daquele pai, que impediu os sonhos do garoto e acabou perdendo o filho. "Se você quer fazer Música, não é o meu gosto, mas se é o seu, que faça", disse-lhe.
Voltei a ver o filme outras vezes, decorei parte dos diálogos. Depois recomendei aos  meus filhos, para verem em VHS. O filme me marcou, como a muitos outros amantes da sétima arte e da poesia.
Williams: genialidade e humanismo
Nunca deixei de ver os fiilmes de Robin Willians. Sempre procurei nos lançamentos anuais seus trabalhos. Quase todos incríveis como os belíssimo "Gênio indomável", "Uma babá quase perfeita", "O pescador de ilusões", e  o sensacional "Patch Adams...".
Robin Williams foi um ator diferenciado, ao inverso dos canastrões americanos, que gostava de atuar e explorar todo seu talento cômico e humano. Um ator perfeito para dramas e comédias românticas. Seu jeito brincalhão, sorridente, de um humanista, o fizeram um real pescador (ou caçador) de ilusões, e simplesmente para ficar perto dos filhos.
isso cativou cinéfilos, diretores e aos amigos atores. Inesquecível suas atuações como em "Uma babá quase perfeita", que faz o papel de um divorciado que se transforma radicalmente em uma velha senhora para trabalhar de babá,
Robin Williams tinha 63 anos, deixa pelo menos quatro filmes inéditos, e pertence a uma geração de grandes atores surgidos nos anos 70 e 80, onde fazem parte nomes como Denzel Washington, Matt Damon, Tom Hanks e ele próprio, talvez o mais velho desse seleto grupo de grandes atores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário