segunda-feira, 5 de maio de 2014

"Sertanejo" irrita artistas da MPB

Dia desses li uma imensa reportagem sore Guilherme Arantes, onde o cantor, compositor e pianista mostrava todo seu ceticismo com os caminhos tomados pela música brasileira. 
Arantes, a meu ver um dos grande poetas da MPB, autor de clássicos como "Meu mundo e nada mais", "Cheia de charme", "Planeta água", "Êxtase", não entendia os rumos tão alienados e alienantes que a música brasileira tomou.
"Estamos carentes de músicas boas, com letras que mostrem uma realidade melhor, um romantismo sem ser piegas", disse o compositor paulista. 
"De repente o Brasil virou sertanejo, sertanejo universitário. Só eles tocam nas emissoras de rádios e TV, de norte a sul agora o Brasil é agrícola, é rodeio, é caipira", criticou Arantes.
Outro também que descambou em cima da música que se faz hoje no Brasil foi Samuel Rosa, do Skank, grupo mineiro de rock. "Será que vai aparecer algum sertanejo que faça alguma coisa que fique, como Milton., Chico, Caetano. Ou como Herbert Viana, Cazuza, Renato Russo?
A briga é feia e não é muito sadia. O sertanejo, que de todos os ritmos predominantes é o pior, juntamente com o tal "pagode", se alastrou de uma maneira, com "jabá" em todas as mídias, apresentando todos os meses um "novo" ídolo, novas duplas, o que está gerando uma grande preocupação em vários artistas brasileiros. 
Se imediatamente não for feito um trabalho de conscientização e moralização com a música brasileira, a tendência é só piorar. Acho que as emissoras de TV, principalmente a Rede Globo, que detém a maior audiência e trabalha midiaticamente as duplas e os "valores" sertanejos, tem que levar uma prensa, que pode ser em forma de protesto da população e dos artistas, porque ela -a Globo- impõe em suas programações, toca e a "cultura sertaneja" se apossa cada vez mais da cultura brasileira.
Não que se queira acabar com o sertanejo. Mas que haja uma contrabalanceamento, diminuindo essa força inexplicável do sertanejo.
A sacanagem que a mídia faz com a MPB é a mesma que as escolas de samba vêm fazendo ao longo dos anos  com os verdadeiros compositores, sambistas e passistas. Ou melhor, como diz aquele famoso samba: "escondendo gente bamba. Que covardia!"

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