terça-feira, 5 de novembro de 2013

Revivendo e com saudades de Belchior


Nestes tempos de sofrimento e indecisões cruzmaltinas, fico a pensar onde anda Belchior. Será que ele partiu numa nave estonteante? Não creio. Talvez tenha cansado de cantar o belo e o seu povo, que sei que ele tanta ama, não entender o quanto seu canto tão belo é?
Confesso que não sei. Talvez Belchior esteja recolhido entre rios e árvores, entre amores e poesias.
Em 1979, quando gravou esta belíssima canção, que reputo como uma de suas mais perfeitas (ele tem tantas que não sei qual a sua obra "irmã ou prima!"), por conta de um início de abertura política, ele estava no auge do desenclausuamento (existe?) poético, produzindo canções, sempre com letras metafóricas, extravasando os limites da sua criatividade. E Belchior sempre foi um poeta bem danado, pois em sua grande produção poética e musical, tem pouquíssimos parceiros, dentre os quais Raimundo Fagner é um deles na bela "Mucuripe", gravada por Elis regina, Roberto Carlos, Fagner e pelo próprio Belchior.
Desse mesmo LP, as também belíssimas "Brasileiramente linda", "Medo de avião", "Comentário a respeito de John".
Belchior estava com toda a força poética que tinha guardado por muitos anos no bornal que havia trazido já há anos do Ceará,  até que uma alma privilegiada o encontrou e o levou à gravadora WEA .
Sua sonoridade meio rock rural, bem a la Bob Dylan, inclusive com o lirismo do poeta americano, tinha chegado havia três anos às emissoras de rádio e à televisão do Brasil, contagiando jovens e adultos pela proposta nova, tanto musical como poética e de alto nível intelectual. 
"Conheço o meu lugar" é rica poeticamente. A melodia encanta e ao mesmo tempo nos remete a uma alegria e melancolia, juntos.
Saudades de Belchior!

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