quarta-feira, 3 de julho de 2013

Supermercados vão ter que pagar melhor

Essa greve dos trabalhadores de supermercados está a meu ver muito interessante. De repente, não mais que de repente, uma categoria que todos sabemos é oprimida pelos patrões, que estão cada vez mais ricos, -pois quem vende comida não tem tempo ruim-, parou e parou forte, com adesão em torno de 80 por cento dos trabalhadores e de quase todos os supermercados, do Líder ao Formosa, passando pelo Yamada, Armazém e outros, que faturam muito e pouco se preocupam com a satisfação dos trabalhadores. Quebraram a cara porque nunca se preocuparam com a possibilidade de uma greve.
É visível que os supermercadistas exploram seus funcionários naturalmente. Não tem essa de hora extra, de trabalhar aos domingos e ganhar dobrado ou coisa parecida. Quem trabalha aos domingos e feriados só ganha compensação e quando os patrões querem dar. Também a alimentação, que é paga através do ticket alimentação é de valor muito baixo e mesmo somando com o salário, que é o mínimo e às vezes um pouco mais, não chega a ser lá muita coisa, comparando com a grande responsabilidade que os funcionários têm.
A situação dessa categoria agora, com essa movimentação social no Brasil, tende a render bons frutos para os trabalhadores. Eles reivindicam ainda muito pouco, que é salário mais digno, pagamento de horas extras, nada de compensação, aumento do ticket e repouso remunerado. Os caixas, principalmente, têm uma grande responsabilidade e convivem diariamente com um enorme estresse, graças à pessoas mal educadas, reclamações, etc.
O prejuízo dos supermercados em poucos dias de paralisação é grande. Aí é que tem-se que ver como eles vão reagir,  porque a ira dos patrões acumulada pode ser maior. É importante que os representantes da categoria fiquem de olho no que poderá acontecer nos próximos dias após a paralisação. Tem que ver se não vão acontecer demissões, retaliações e revanches de chefes com os funcionários. O grupo que lidera o movimento deve exigir dos patrões inclusive que nenhum funcionário seja demitido pelo prazo de pelo menos  um ano. Se não tiver alguma coisa "amarrada" eles vão querer pegar os trabalhadores, que são os mais fracos. 
Todo cuidado é pouco.

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