A festa acabou. E agora, José?

Situação do futebol paraense, principalmente da capital, está braba. Dois históricos times entram em crise de com força. Primeiro foi a Tuna Luso Brasileira, que com a derrota semana passada, foi rebaixada para a Primeira Fase do Parazão, ou seja, para o  Seletivo, que acontece no final de cada ano. Agora, depois da eliminação de ontem, quando perdeu o Segundo Turno para o Paragominas, o Clube do Remo também passará todo o restante do ano sem atividades.

Para equipes profissionais de futebol, não existe nada pior do que ficar sem calendários, ou seja, estar fora de competições durante mais de seis meses.

No caso da Tuna, embora seja Time e Clube, e a equipe de futebol sempre tenha um elenco relativamente barato, e seus jogadores tenham contratos curtos, ficar sem calendário até o final do ano, é prejuízo financeiro e desgastante tanto para Diretoria como, principalmente, para sua torcida, que se desestimula com a fragilidade e a falta de opção de ver o time do coração em atividades.

No caso do Clube do Remo a situação é muito pior. Time de massa, com a torcida sendo a meu ver a mais fiel, ficar sem calendário por oito meses é um prejuízo financeiro e moral dos maiores. Com certeza a roupa suja vai começar a ser lavada nos próximos dias. Muitos encontrarão culpados e poucos assumirão.

O prejuízo que vem se acumulando já há anos, período em que o time não ganha nada e não consegue classificação nem para a Série D, na verdade o "esgoto" do futebol brasileiro, vai aumentar a onda de criticas à diretoria, que foi reeleita prometendo muito trabalho e títulos, já que ano passado também fracassou, não ganhou nada  e teve que "comprar" a vaga da Série D do campeão Cametá.

No caso da Tuna, a equipe e o próprio Clube estão numa bancarrota. Não se sabe nada, nem do Clube nem do futebol: quanto foi o prejuízo, se teve lucro, quem foi negociado, quanto de salários atrasados. Uma zorra total. Se o Conselho não se manifestar vai ficar por isso, já que o presidente do clube é ruim até de prestar contas. 

No Remo, o presidente Sérgio deve estar com a cabeça  igual a de avestruz. Assumiu a diretoria no lugar de Amaro Klautau, que queria vender tudo, até o estádio Baenão. Prometeu, prometeu e nada cumpriu, ou melhor, não conseguiu  fazer nadica de nada. Reeleito, agora com um vereador que aparece mais que ele, Cabeça tende a renunciar e deixar o pirão para o Zeca comer só (ou mexer só).

Assim, nessa caminhada de desilusões de Tuna e Remo, cada um para seu lado, mas de mãos dadas na desdita que é ser time de futebol, mas que não têm com quem jogar. Por incompetência, pura e simplesmente, sabe-se perfeitamente. De presidentes, que com arrogância, sem humildade, enchem suas diretorias de falastrões sem conhecimento, sem competência, e sem o amor suficiente para separar o joio do trigo.

P.S.: O Remo, como tem uma torcida maior que a Tuna, ainda pode se virar participando de joguinhos pelo interior, tipo "caça-niqueis", embora isso não dê em nada. A Tuna, por sua vez, tem que primeiro formar um time para tentar a sorte no Seletivo, embora, pelo andar da carruagem, é certo que voltará a jogar dois meses antes de que o Remo. Pelo menos isso!