Tuna sai "lisa" da regata que Paysandu vence

Marcos Moraes

Repetindo o desastre que foi ano passado, ontem, mais uma vez a Tuna Luso Brasileira decepcionou na 1ª Regata pelo Campeonato Paraense de Regatas. E neste domingo a coisa foi bem pior do que se possa imaginar, entristecendo e decepcionando aos cruzmaltinos que se fizeram presentes.

Este escriba, com mais de 30 anos acompanhando anualmente a Tuna no esporte náutico, nunca havia visto a Águia do Souza sair "lisa" de uma regata, ou seja, participar de uma competição sem vencer um páreo. 

O Paysandu foi o campeão, vencendo seis páreos, enquanto que o Remo venceu três. Duas provas foram suspensas por problemas nos barcos.

A Tuna só participou de seis páreos, tirando dois segundos lugares e quatro terceiros.  Uma pontuação que podemos dizer é vergonhosa para uma equipe que tem a história da Tuna no esporte náutico.

Tudo leva crer, que em 2013 a Tuna mais uma vez vai somente fazer número no esporte em que mais se notabilizou em seus 110 anos. 

Quem aprendeu a admirar, a respeitar, a conviver e a amar o passado de glórias da Tuna não consegue entender o que se passa no presente. 

É lamentável e triste a situação que vive hoje a Tuna em seu esporte mais tradicional.  Foi no esporte náutico, a partir de 1906, que a querida Águia do Souza surgiu para o cenário esportivo paraense e nacional. Só que a equipe que hoje está competindo na Baía de Guajará não lembra em nada as vitoriosas equipes passadas. 

A falta de respeito da diretoria com a equipe de remadores, o descomprometimento com esse bonito e importante esporte para a história da Lusa paraense, está fazendo com que o esforço de poucos resulte em quase nada. É preciso que seja mostrado o completo abandono em que e encontra a garagem náutica da Tuna. 

Os atletas da Tuna, hoje em número bem inferior aos dos principais rivais Remo e Paysandu,  não recebem nenhum tipo de incentivo, nem financeiro nem moral, remando no clube campeão 40 vezes desse esporte por simples desejo de apoiar a luta árdua do técnico José Wildemar, o Lindão, que na verdade "tem que se virar" para que a garagem náutica não feche de vez.

Para se ter uma idéia da situação, ontem, os diretores de Paysandu e Remo chegaram na estação das Docas por volta das 8h. Afirmo isso porque cheguei exatamente às 8,15h e eles -inclusive o presidente Vandick- já estavam lá incentivando seus atletas.

Lamentavelmente por parte da Tuna, só este escriba e depois o GB João Rito e o abnegado Mário Mangas estavam presentes e viram os primeiros páreos. Dos 15 diretores eleitos da Tuna nenhum estava presente, o que mostra o abandono, a falta de incentivo e apoio aos nossos atletas náuticos. O presidente chegou perto das 11 horas da manhã, pelo menos foi quando o vi conversando com o Benemérito Barata. Já tinham acontecido sete ou oito páreos. Não se manifestou sobre o caos que foi a participação da Tuna na Regata.  Não esperou nem o "Oito Gigantes", foi embora.

Procurado por diretores e apoiadores de Remo e Paysandu, que me viram desde cedo da manhã sofrendo a não participação da Tuna em várias provas e nas que participou perdendo, fui indagado sobre qual o problema, o que está acontecendo com a Tuna, "é no futebol, na Regata, o que é que há? Fiquei sem responder nada. Acho que o presidente ou seus diretores devem satisfações as cruzmaltinos.

Na próxima regata a participação da Tuna pode ser igual ou pior. Parece que não adianta a voz de uma só pessoa. Como cruzmaltino faço minha parte, como também fazem outros poucos que amam o clube e esse tradicional esporte. Mas como disse, somos poucos. Sem apoio, sem respeito, sem uma mudança de sistemática de trabalho urgente, não se fará nada.

Qualquer esporte necessita de planejamento. Para a Garagem Náutico sobreviver é  preciso que se forme equipes de remadores que possam disputar todos os páreos. Mas para isso é necessário apoio, incentivo e um toque de amor à história de nossa Tuna Luso Brasileira.