segunda-feira, 4 de março de 2013

Morrendo na beira

Problema de técnico e time ficarem invictos durante muito tempo, por um lado é sempre bom; mas por outro fica complicado quando uma demorada  mas simples derrota custa um título ou... um turno. Com dezenas de jogos invictos o técnico do Remo,  Flávio Araújo, tinha tudo para sair ontem do Mangueirão com mais uma partida vitoriosa, ou pelo menos com um empate que lhe renderia os loiros de campeão do Primeiro Turno. Não deu. Foi quebrada a hegemonia de vitórias e a bela campanha do Remo deu em nada, ou seja a equipe "nadou, nadou e morreu na beira".
A vitória do Paysandu por 2 a 1 em um Mangueirão superlotado, mais uma vez enche a bola do futebol paraense, sem sombra de dúvidas, o campeoníssimo brasileiro em público. Ontem, os torcedores "papa xibé" deram  um show mais um vez.
A história do jogo de ontem pode ser comparada com a do jogo de domingo passado, quando o Paysandu sofreu o gol do empate remista nos minutos finais do jogo. Ontem, o feitiço virou contra o feiticeiro.
O engraçado nas duas histórias -domingo 26 e ontem- é que as características das partidas foram praticamente iguais. No primeiro jogo, o Paysandu fez o gol na primeira etapa e no segundo tempo recuou, deixando que o Remo, depois de muito pressionar, conseguisse o empate. Ontem, jogando pelo empate, o Remo, que tem sem dúvida um ataque mais criativo, errou quando a partida estava empatada e na segunda etapa da partida recuou. Para o Paysandu só interessava a vitória. Então só restava à Lecheva mandar seu time para o ataque. Aos 42 minutos, Raul fez seu segundo gol do dia. O zagueiro se tornou o dono da festa, o  grande responsável pelo título do Primeiro Turno pelo Paysandu.
Um gol chorado, mas conseguido com a  raça e a vontade de uma equipe que não se importou com a propalada superioridade remista e foi pra cima.
Flávio Araújo é um profissional competente, já mostrou isso. Mas a lição de recuar a equipe quando o adversário tem que vencer de qualquer maneira, depois do resultado de ontem,  deve ter ficado em sua memória. Para sempre.
O título do Primeiro Tuirno pelo Paysandu dá um novo significado e até mesmo um novo alento à carreira até agora vitoriosa do técnico Lecheva. "Santo de casa", Lecheva sabia que seu emprego estava à perigo se perde o Primeiro Turno. Tinha certeza que as cobranças aumentariam, principalmente da própria Imprensa. Mas Lecheva provou competência, capacidade profissional. É um vencedor e merece a grande oportunidade de mostrar que Santo de casa pode, de repente, fazer milagres.

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