quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Morre Oshima, de "O Império dos Sentidos"

Cena de "O Império dos Sentidos"
Quando foi lançado, há 37 anos, "O Império dos Sentidos" quebrava todos os tabus do velho cinema japonês, com seus samurais, lutadores de kung fu e muita violência quase imaginária de tão fantasiosa que era. 
Nagisa Oshima, o cineasta falecido ontem aos 80 anos, era o diretor de "O Império dos Sentidos", filme lançado em 1976 que conta  a fantástica história de um casal formado por uma ex-prostituta e seu patrão. No início da relação, o mundo viu admirado uma possível aventura transformar-se numa história de amor em que o sexo, quase sempre explícito, predominava do início ao fim, em cenas que projetaria o na época jovem Nagisa Oshima em um dos mais famosos cineastas do Japão e do mundo.
O filme "Império dos Sentidos" foi proibido no Japão e no mundo inteiro deixou perplexa a censura que não imaginaria jamais um cineasta japonês fazer um filme de tamanha intensidade erótica. Aliás, na época, todos se perguntavam como poderia um filme tido como sério ser tão pornográfico? 
Nagisa Oshima sempre foi um diferencial no cinema japonês. Tido como radical e com tendências comunistas, formou com um grupo de jovens na década de 60, dentre os quais Shohei Imamura e Seijun Suzuky,  o que se chamaria de "Nouvelle Vague japonesa", quebrando tabus e rompendo com os principais estúdios de cinema do  país.  
O cineasta Nagisa Oshima
Seus primeiros filmes já demonstravam que estava surgindo um novo movimento, uma nova e moderna escola que romperia definitivamente com os velhos e tradicionais movimentos do cinema japonês, a maioria bancados pelo poderoso estúdio Shochiku, espécie "Warner Bros" japonesa.
Nascido em 1932, e formado em direito, Nagisa Oshima pode ser considerado um dos mais consagrados cineastas do Japão, com vários filmes alguns usando a temática da vida e da morte, além de uma forte característica que demonstrava o inconformismo do cineasta com os rumos da velha e tradicional cultura como também do conservadorismo político de seu país.
Nagisa Oshima fez além de "O Império dos Sentidos", que foi premiado em Cannes, outros filmes, como "Garoto Toshio", "O Enforcamento" e "O Império da Paixão". Acometido de uma hemorragia cerebral em 1996, teve uma demorada recuperação e no retorno fez um outro filme polêmico: "Tabu", cujo tema trata da homossexualidade entre os samurais.

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