terça-feira, 18 de dezembro de 2012

De amor ao clube e demagogia

A decisão de Juninho Pernambucano em não renovar seu contrato com o Vasco da Gama, optando por  jogar por uma equipe americana põe mais uma vez por terra a história de "amor à camisa".  Já foi discutido que os jogadores atuais pensam mais nos cifrões do que propriamente no sucesso da equipe que defendem, embora muitos deles tenham surgido na base do clube ou então tenham feito sucesso na carreira depois de vários anos defendendo determinada equipe. 
Inegável dizer que é fato a identificação de jogador com clube. Isso é perfeitamente natural que exista, mas isso não significa dizer que o jogador vá ter que jogar sem receber seus salários em dia ou até jogar de graça pela equipe. São raríssimas as situações em que isso acontece.
Sinceramente, defendo que os jogadores têm que pensar no seu futuro, mas defendo também que têm que jogar com vontade, com determinação, treinar. Mas na hora do pagamento tem que receber o salário, pois têm suas obrigações.
Por defender essa tese da responsabilidade mútua, acho demagogia o jogador beijar escudo,  ajoelhar-se e rezar ao vencer uma partida ou ganhar um título, como se fora um torcedor comum. Para este escriba isso "não cola"
Sérgio, sinônimo de respeito à Tuna
Casos de amor existem, como por exemplo, Edmundo com  o Vasco. O jogador pode até ter tido brigas com o Vasco do mesmo hoje chamado "ingrato" Juninho Pernambucano,  mas o Animal sempre deixou claro seu amor pelo Clube da Colina. Chegou até  perder pênaltis, lembram?
Já não se pode dizer a mesma coisa de Romário. Mesmo que o Baixinho tenha sempre mostrado uma grande ligação com o Vasco, e recebido a reciprocidade,  tendo ganho até estátua  em São Januário,  na verdade vive fazendo ingratidões verdadeiras e até "trairagens", pois abre a boca e fala que o clube lhe deve milhões, que a diretoria é incompetente, desrespeita a grande figura de Roberto Dinamite e ainda briga para receber com juros e correção monetária -segundo ele- o que o clube lhe deve.
Já postei várias vezes aqui que não sou saudosista de nada e nem gosto da palavra saudade, mas temos que reconhecer que o jogador de 20 ou 30 anos atrás era mais apegado à equipe. Sem as demagogias muito em moda hoje, mas na verdade gostava. Eram muitos os atletas que demonstravam carinho, respeito e gratidão pelos clubes que os projetaram a partir da base ou onde eles despontaram para o mundo futebolístico.
Jogadores como Pelé, Zico, Júnior, Raí, Roberto Dinamite, Zé Augusto inegavelmente têm uma grande identificação e com certeza um grande respeito e gratidão pelas equipes que os projetaram. 
A história me faz lembrar o zagueiro Sérgio, em 2008, se não me falha a memória. Sérgio chegou com este escriba na Tuna e disse que queria jogar o campeonato paraense de graça, no intuito único de a ajudar o clube que o projetou para o futebol.  E o zagueirão que começou nas categorias de base da Tuna e jogou pela Águia do Souza, Remo, Paysandu e outras equipes do estado, cumpriu o prometido.
Não sei se Sérgio torce pela Tuna. Ele pode ser torcedor de Remo ou Paysandu, mas com certeza também torce, respeita, ama e é muito grato ao time que o revelou: Tuna Luso Brasileira.  

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