terça-feira, 11 de setembro de 2012

Cristóvão cai, mas deixa o Vasco no G-4

Não achei justa a saída do técnico Cristóvão Borges do comando do Vasco, ontem. Segundo o presidente vascaíno, Roberto Dinamite, foi o próprio Cristóvão quem decidiu pedir para sair, mas existem outras versões dando conta que as criticas internas obrigaram o técnico a entregar o boné.
Em um ano como técnico do time cruzmaltino Cristóvão fez um trabalho elogiável, conseguindo, em 86 partidas que disputou, um índice de aproveitamento de 54 por cento, o que não se pode dizer que é um índice dos piores, principalmente pela situação que o Vasco enfrenta, com salários atrasados, desfazendo-se de jogadores, uma série de situações que atrapalham com certeza a performance de qualquer profissional e seu elenco.
O principal motivo que originou a saída de Cristóvão foi a inesperada goleada sofrida diante do Bahia em casa, domingo último, por 4 a 0.
O treinador assumiu a equipe no final de agosto de 2011, após o AVC sofrido por seu amigo Ricardo Gomes na última rodada do 1º turno do Campeonato Brasileiro. Cristóvão era o auxiliar técnico e assumiu de primeira a equipe que já conhecia bem.
No período em que esteve à frente da equipe cruzmaltina, Cristóvão levou o time ao segundo lugar na competição, além das quartas-de-final da Libertadores.
Este ano, com  Cristóvão Borges, o Vasco ficou 47 rodadas seguidas no G-4 do Brasileiro, onde ainda se encontra, embora com a homérica goleada de domingo.
Educado, fino no trato com os jogadores e com a Imprensa, Cristóvão se despediu elegantemente de todos e foi até seu amigo Ricardo Gomes onde avisou que deixaria a equipe.
Para os jogadores, Cristóvão não deveria ter saído da equipe. Juninho, o capitão e um dos líderes da equipe vascaína disse logo após a derrota de domingo que não seria uma boa o Vasco trocar de técnico agora. "Ele conhece os jogadores e pode reverter a situação. Será que se chegar um novo técnico vai mudar a situação da noite para o dia?", perguntou o jogador.
A sa´[ida de Cristóvão Borges do comando do Vasco, parte principalmente da pressão de parte da torcida,  que diz querer um "treinador de ponta", como se técnico ganhasse jogo. Está comprovado que o técnico tem influência no resultado, mas não joga para ter poder de decidir jogos.
Espera-se que o Vasco não passe agora a viver o dilema do Flamengo, que tirou Joel Santana, considerado um dos técnicos de ponta do Brasil, e colocou em seu lugar Dorival Júnior, que até começou bem, mas que agora enfrenta o mesmo dilema de Joel, já há cinco rodadas sem vencer e vendo o fantasma do rebaixamento rondando a Gávea.
Futebol é resultado. Quando o time ganha o mérito vai para os jogadores; quando perde o técnico é o único culpado. Esse fenômeno faz parte da cultura do futebol brasileiro, embora o despreparado Felipe Scolari tenha um bom padrinho ou uma macumbeira muito boa, pois está a cada dia levando o pobre Palmeiras para a lata do lixo, mas permanece intocável.

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