terça-feira, 7 de agosto de 2012

A Oração ao tempo do setentão Caetano




No livro Verdade Tropical, Caetano Veloso, revela parte da história de sua vida e suas vivências, desde os tempos em que teve que acompanhar Maria Betânia, sua irmã mais nova, num show em substituição à Nara Leão. Caetano relembra a época românticamente, como também o primeiro disco, um compacto simples lançado em 1965; fala dos Novos Baianos, sua grande amizade e tietagem a outro baiano João Gilberto, suas diferenças mas mesmo assim o respeito a Raul Seixas, e outros importantes fatos que marcaram sua vida.
Esses fatos da vida que só enriquecem a biografia do compositor, cantor, escritor, poeta, cinéfilo e crítico de cinema e antes de mais nada homem de seu tempo Caetano Emanuel Telles Veloso, baiano de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, estão na gaveta da memória deste escriba, um aficionado pela obra do genial filho de Dona Canô.
Hoje, quando Caetano comemora 70 anos certamente bem vividos e com muito mais histórias belas e importantes, embora algumas cheias de polêmicas, não só a Bahia e o Brasil se rendem ao seu grande talento, mas o mundo se curva à sua genialidade. 
Costumo dizer que sou "caetanista", pois admiro sua obra desde "Cavaleiro" e suas aparições polêmicas com grandes argolas e roupas femininas. Caetano sempre foi diferente, sempre optou por aparecer ou, como falavam antigamente, "se mostrar". Ele sabia de seu potencial desde os tempos dos movimentos musicais baianos, onde ele, ainda adolescente em Salvador onde foi estudar, mostrou ser um apaixonado pelo som americano dos bluezeiros e roqueiros, da música de Cole Porter, e depois um amante do som e da obra dos Beatles e Rolling Stones.
O período em que morei  em Salvador, onde estudei, pude conhecer bem mais sobre Caetano Veloso e outros grandes nomes da cultura baiana como Gal, Gil, Betânia, Tom Zé, João Gilberto, o velho Dorival Caymmi, além de outros bons baianos que fizeram a história moderna de nossa MPB
Mas confesso mais uma vez que Caetano sempre foi a meu ver o diferencial da música brasileira.
Num documentário que assisti ano passado sobre sua vida, Caetano se revela um homem maduro, sensível, e até tímido algumas vezes. Pai, amigo, marido, filhão de uma senhora com mais de 100 anos, Caetano aos 70 anos ainda é o  reflexo cultural e politicamente incorreto e até anárquico de uma geração. 
De suas centenas de músicas, não sei qual escolheria para homenageá-lo ou para homenagear a mim e aos seus milhões de fãs, pois como "caetanista" e tendo toda sua obra em vinil ou CD, além de muitos DVDs sou até suspeito para escolher, pois gosto de toda a obra de Caê.
Porém, semana passada, me peguei cantando uma de suas canções que seria oportuna para o Blog presentear -repito- a este escriba a e aos outros milhões de "caetanistas". Oração ao tempo", uma fantástica poesia   onde a frase "eis um senhor tão bonito, como a cara de meu filho" mostra o quanto o setentão Caetano é genial.
Para os "caetanistas", a bela e marcante canção "Oração ao tempo" , onde nosso poeta setentão homenageia o -até com ele- implacável tempo. Ouçam, foi gravado num Terreiro, em homenagem aos 113 anos de nascimento de Mãe Menininha de Gantois, na Bahia. É presente do Blog.

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