quinta-feira, 5 de julho de 2012

Quando o papo é Cinema

Posso, sem nenhuma modéstia, dizer que gosto de Cinema, ou seja, que sou cinéfilo desde criancinha. Aprendi a gostar de cinema com meu velho pai, que não abria mão de ir todos os domingos às "soirées", e comentava os filmes em casa. Comecei a frequentar cinemas a partir dos 12 anos, quando ele me levou pela primeira vez para ver um filme de Tarzan, que era liberado para garotos até 10 anos. Se não me falha a memória, "Tarzan,  e a mulher leopardo", com o genial Johnny Weissmuller no papel principal, Brenda Joyce, como Jane e Johnny Sheffield, como Boy. Para mim alí  foi a descoberta do Cinema. Passei a gostar e a frequentar os cinemas semanalmente. Bastava passar um filme para menores de 10 ou 13 anos que eu estava lá. Teve um período em que ia ao cinema três vezes por semana: aos sábados duas vezes e uma nas matinais de domingo.
Depois, passei a acompanhar, através de jornais e depois pela TV, o Oscar, uma maneira que tinha de conhecer os artistas e os lançamentos cinematográficos internacionais. Influenciado também por meu pai, passei a revisitar os clássicos antigos, de grandes cineastas e com grandes atores e atrizes. Me interessei muito cedo pelos filmes épicos, normalmente longos e dirigidos por cineastas criativos, que mesmo sem a grande condição tecnológica de hoje, conseguiram fazer maravilhosos filmes, além de cenas inesquecíveis, como a abertura do mar vermelho em os 10 Mandamentos, de Cecil B. De Mille. Outro filme bem antigo cuja cena me marcou (não somente a mim, acho)  é a da saia esvoaçante de Marilin Monroe em "O pecado mora ao lado", de Billy Wilder. 
Alguns filmes ficaram para sempre na minha mente, pois meu pai falava sbre eles e como não podia vê-los,  já que era menor, quando fiquei adulto tratei de ver em vídeo. Assim foi que só vi depois de adulto "O Candelabro italiano", com Suzane Pleshette e "A primeira noite de um homem", com o pequeno grande Dustin Hoffman.
Filmes em tecnicolor, cinesmascope ou mesmo preto e branco, mas de grande criatividade como "A Felicidade não se compra" e "Do mundo nada se leva", de Frank Capra, cineasta italiano, falecido em 1991.  Alguns filmes brasileiros marcantes mesmo em PB, como "Assalto ao trem pagador", de Roberto Farias e "O pagador de promessas", de Anselmo Duarte, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, se não me falha a memória, no festival de 1962. Nesse filme, toda a beleza de Glória Menezes muita nova. 
Gostar de cinema é procurar ver de tudo um pouco e escolher o seu estilo, ou melhor, deixar que sua própria personalidade se fixe num estilo ou em vários. É procurar conhecer sempre mais, pesquisando, vendo e lendo livros sobre a sétima arte, resenhas, comentários, opiniões de grandes críticos. Garotyão ainda, lia as compridas resenhas de Deusenir Braga e Ezaclir Aragão,  além de Rubens Ewald Filho, um dos bons conhecedores de cinema no pais e um crítico bem abalizado. Acompanho em Belém, décadas a fio, a  beleza do conhecimento do mestre Pedro Veriano e de sua esposa, a grande professora Luzia Miranda Álvares. Parece que os dois respiram cinema.
Cinema é, sem dúvida, uma das mais bonitas artes, além de ser uma das melhores diversões. Mas gostar de cinema não é só ver filmes que a mídia determina, com propaganda pomposa, que praticamente nos obriga a vê-los. Também não é ver só os filmes com grande atores ou atrizes, ou aqueles de orçamento alto. Muitas vezes, esses filmes são uma decepção. Sobre isso, conheço filmes com orçamento altíssimo que não valeram a pena. Uma prova disso é o cineasta Steven Spielberg, que fez seu primeiro longa, "Encurralado", em PB  em 1971, quando tinha apenas 25 anos, em apenas 13 dias de filmagem e com um orçamento baixíssimo. Muitas vezes, diretores, atores ou atrizes sem um grande nome na mídia, fazem um excelente trabalho.
Sem muita coisa para escrever hoje, ainda comemorando a vitória corintiana sobre o Boca, resolvi falar um pouco de algo que gosto muito, e de como comecei a gostar, que é cinema. E dedico ao meu filho, jornalista Marcos Urupá Moraes, que hoje reside em Brasília, e que é cinéfilo de carteirinha, daqueles que ainda loca filmes e vai ao cinema todos os domingos. 

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