quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Xingu" a fantástica história dos Vilas Bôas

Os Vilas Bôas se embrenharam e até viveram na floresta

"Xingu", o filme que estréia amanhã no Brasil, que retrata a verdadeira saga vivida  pelos irmãos Vilas Bôas é emocionante. Uma obra que com certeza vai mostrar aos cinéfilos um pouco de nossa história recente, que os cineastas brasileiros, tão preocupados em retratar a violência do dia a dia que a televisão tão bem espetaculariza, só agora tenham se tocado para levá-la à tela grande.
O filme, rodado na selva bruta do Tocantins, com índios verdadeiros como atores, tem tudo para ser uma das  obras primas do cinema nacional feito genuinamente por por brasileiros. Pela sinopse e pelo que já consegui ver, Cao Hamburguer explorou o máximo do trabalho dos sertanistas Vilas Bôas que, oriundos de família abastada de São Paulo, na década de 1940, enveredaram pela densa floresta amazônica depois de alistarem-se na Expedição Roncador-Xingu, lançada pelo governo federal, com o intuito de mapear essa vasta região de nosso território, na época, praticamente virgem.
Felipe Camargo, Caio Blat e João Miguel vivem Cláudio, Orlando e Leonardo, os três irmaos Vilas Bôas, que foram os responsáveis pelos primeiros contatos de índios com o homem branco, e num trabalho de amor e respeito aos povos índigenas,  abraçaram a causa, chegando a viver na mata e em 1961, no governo de Jânio Quadros, conseguiram que fosse criado o Parque Nacional do Xingu, através de decreto presidencial.
A idéia de fazer "Xingu" foi dada ao cineasta paulista Cao Hamburguer -famoso por seus trabalhos em seriados de TV-, por um outro cineasta seu amigo, Fernando Meireles, diretor de "Cidade de Deus".
Para Cao Hamburguer fazer "Xingu", filme com um orçamento de 15,5 milhões, recebeu a dica e a produção de Fernando Meireles, que confessa que já conhecia a história, mas que encantou-se quando leu "A Marcha para o Oeste",  um relato da expedição descrito pelos irmãos Vilas Bôas. Hamburguer contou com o apoio da viúva de Orlando, Marina, que alimentou os roteiristas com farto material, principalmente fotos históricas dos irmãos.
"Xingu" pode ser o marco inicial de grandes obras baseadas em histórias reais brasileiras, que, infelizmente, são pouco exploradas pelos cineastas nacionais, como bem expressou Cao Hamburguer: "Como fomos muito colonizados, sabemos mais histórias do Primeiro Mundo do que nossas".

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