quinta-feira, 22 de março de 2012

Lição anti-racista dos vascaínos

O branco e o preto dos vascaínos: inteligência em São Januário
Das manifestações mais ridículas no futebol, até dignas de pena, é a questão do preconceito racial. Como acontece mais em partidas de nível internacional ou com jogadores brasileiros que jogam, principalmente, na Europa, vejo até como duplo preconceito: racial e contra brasileiros.
Roberto Carlos, lateral que já serviu à Seleção Brasileira e que jogou por muitos anos no Real Madri, foi uma das maiores vítimas desse tipo de preconceito. Com Roberto aconteceu até de jogarem banana dentro de campo, numa alusão medíocre a cor do jogador.
Ontem a torcida do Vasco da Gama deu uma bonita lição de democracia, civilidade e de respeito pelo seu time do coração. Com as mãos e os rostos pintados de preto e branco, deixando de lado a retaliação, os vascaínos deram uma resposta aos torcedores do Libertad, que no jogo de ida em Assunção, usaram de racismo contra os jogadoresdo Vasco Dedé e Renato Silva, chegando a chamá-los de "macaco". "Vamos mostrar que somos orgulhosamente vascaínos e brasileiros", falou um dos jovens torcedores ontem em São Januário. E mostraram.
Para efeito de história: No século passado algumas equipes brasileiras não tinham em suas fileiras jogadores negros. Fluminense e Náutico eram os tidos como mais preconceituosos. Mas o Vasco, orgulhosamente, pode se vangloriar de que foi o primeiro clube acabar com o preconceito racial. O mais interessante é que Pelé, o maior jogador de todos os tempos, antes de ser santista de coração, na infância e no início da carreira fazia questão de dizer que "era vascaíno".   Então não é à toa que a torcida do Gigante da Colina faz questão de mostrar "nas mãos e na cara" que é anti-racista. Só glórias para os torcedores do Vasco.

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