quinta-feira, 22 de março de 2012

Greve Geral: Portugal para contra perda de direitos dos trabalhadores



Mulher passa por parede grafitada com mensagem chamando para a "greve geral"
em Lisboa/ foto: Rafael Marchante - Reuters


A greve geral desta quinta (22) foi convocada pela CGTP (Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses) e é a segunda enfrentada pelo governo conservador de Pedro Passos Coelho desde que chegou ao poder, após as eleições antecipadas de junho de 2011.
O Executivo luso adotou drásticas medidas de arrocho e reformas estruturais, entre elas uma liberalização do mercado de trabalho, para cumprir os requisitos do resgate financeiro de 78 bilhões de euros obtido por Portugal no ano passado.
A mobilização foi convocada “face à ofensiva do capital e do governo, com expressão na tentativa de revisão do Código do Trabalho”, segundo o jornal português Avante!.
“Nos plenários e no contato com os trabalhadores, seja no setor público, seja no setor privado, nota-se o sentimento generalizado de que estamos perante uma das maiores ofensivas contra os seus direitos e que é necessário dar-lhes uma resposta”, disse o Secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos. Esta “tem que ser uma resposta consciente”, até porque “perder um dia de salário pesa no rendimento das famílias”. Acontece que “está também em jogo a nossa dignidade de trabalhadores e de pessoas”, pelo que a CGTP renovou o apelo “a todos os trabalhadores para que, independentemente das suas opções políticas e sindicais, assumam esta luta pela defesa da sua dignidade e pelo futuro dos seus filhos”.
A esclarecer o que perderia cada trabalhador, caso as medidas do governo tenham continuidade, Arménio Carlos apresentou cálculos para um salário de 800 euros. Com a redução do valor do trabalho extraordinário, fazendo 130 horas extra em um ano, perderia 972 euros. Com o “banco de horas”, a perda seria de cerca de três mil euros. E teria ainda que trabalhar quatro dias feriados e três dias de férias, sem nada mais receber por isso.
De acordo com o diretor e chefe de redação do jornal russo em português, Pravda, Timothy Bancroft-Hinchey, essa greve é “fruto da frustração sentida pela maioria da população, face a uma gestão econômica e social desastrosa, desumana e vergonhosa, seguindo uma linha idiota que dita que se retirar dinheiro da economia, esta vai crescer e a riqueza será distribuída. É uma política imbecilizada seguida por imbecis”.
Bancroft-Hinchey questiona: “como pode crescer uma economia quando os impostos injustos levam a sociedade ao ponto de ruptura; como pode crescer uma economia quando são adotadas medidas que nada fazem para proteger as firmas que estão na corda bamba, quando nada é feito para ajudá-las a sobreviver? E ainda por cima, postula-se nesse clima, políticas, como aumentar as rendas das casas numa altura em que deveriam estar estimulando esse mercado, já que ninguém consegue comprar uma casa porque os bancos estão parados, mais concentrados em gerir o que têm do que fazer aquilo para o qual foram criados, isto é, emprestar dinheiro”. (Portal Vermelho).

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