quarta-feira, 28 de março de 2012

Brasil perde o humor e o traço de Millor

O jornalista, humorista, cartunista, teatrólogo e escritor Millôr Fernandes morreu ontem à noite, por volta das 21h, em sua residência no Rio, por falência múltipla de órgãos. O corpo será velado a partir das 10h de amanhã, 29, no Cemitério Memorial do Carmo, no Bairro do Caju, no Rio. Segundo a assessoria do cemitério, o corpo será cremado às 15h, desta quinta, no Crematório da Santa Casa. Millôr tinha 88 anos. 
Escritou foi um dos fundadores do jornal O Pasquim - Marcos de Paula/ AE
Millor: polêmico, ferino mas autêntico
O escritor, cujo nome era para ser "Milton", mas que graças a um erro de cartório  virou Millor, foi um dos idealizadores e fundadores de O Pasquim, jornal nanico que combateu a ditadura militar nos anos 60 e 70.
O escritor chegou a ser internado por cinco meses no ano passado, na Casa de Saúde São José, também no Rio de Janeiro.
Millôr Fernandes nasceu no Rio de Janeiro, no bairro do Meyer, em 16 de agosto de 1923, sendo oficialmente registrado em 27 de maio de 1924. Aos 14 anos iniciou a carreira no jornalismo como contínuo de um jornal. No jornal "O Pasquim", onde foi um dos fundadores, Millor tornou-se um cartunista e redator polêmico, um dos principais responsáveis pelo jornal tornar-se um dos mais autênticos  representantes da imprensa nanica, e que deu o pontapé inicial do humor nas publicações alternativas na época da forte censura do Regime Militar.
Millor era irmão do também jornalista Hélio Fernandes, hoje com 92 anos, proprietário do polêmico jornal "Tribuna da Imprensa". Millor além de ter participado do Pasquim, foi colunista da Revista Veja, onde fazia  cartuns e textos semanalmente. Era também desenhista, pintor, tradutor de obras importantes da literatura universal (a melhor tradução de Hamlet, de Shakespeare), escritor e um dos melhores teatrólogos do Brasil.
Tinha um site pessoal, atualizado por uma equipe nos últimos aos, e sua conta na rede de microblogs e Twitter tinha mais de 200 mil seguidores.
Millor, ao lado de Chico Anysio, é o segundo grande homem das letras e das artes que o Brasil perde em uma semana.

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