segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

As "armações ilimitadas" de Boni e da Globo

Pegou mal para José Bonifácio Sobrinho e muito mais para a emissora que ele serviu durante dezenas de anos, a Rede Globo, a entrevista em que ele declarou sem pedir segredos que "armou" uma cilada para Lula no histórico debate do alagoano com com o metalúrgico, em 1989, na primeira eleição direta pós ditadura. Boni, como é conhecido o ex-executivo, disse que a pedido de um outro diretor global deu as dicas para Collor parecer mais popular, como deixar a gravata meia torta,  jogar produto na roupa para  parecer suado e colocar algumas pastas na mesa, sempre tocando nelas, para transparecer aos telespectadores que elas continhas denúncias contra Lula, embora nas pastas só existissem papéis em branco. A "armação" foi para que Collor  (um burguesinho mentiroso, filhote da ditadura)  demonstrasse ser um homem simples,  como Lula, um cidadão realmente e originalmente popular.
Boni foi executivo da Globo durante mais de 30 anos, quando mandou e desmandou na emissora, perseguiu colegas,  brigou com artistas como Chacrinha e Jô Soares e foi acusado inclusive de ter sido o causador da saída de Walter Clark, também importante executivo da emissora. 
O ex-homem forte da Globo lançou recentemente um livro onde conta picuinhas de sua vida pessoal e na emissora, mas só falou do episódio de ter ajudado o falso "caçador de marajás" em entrevista ao Globosat, órgão da Rede Globo. 
Boni ajudou Collor e mentiu sobre Brizola
Depois da repercussão da notícia, Boni se fez de rogado e negou até que Collor soubesse da "ajuda" que recebeu. Disse também que o que fez na ocasião não "algo assim tão importante", embora ele saiba que além da "arrumação" que fez para enganar milhões de brasileiros, na edição do Jornal Nacional no outro dia, as imagens de Collor foram destacadas, aparecendo no programa o que ele falou e mostrou de melhor no debate, enquanto as de Lula foram imagens em que o petista estava sempre cabisbaixo, demonstrando nervosismo e preocupação. Uma armação ilimitada da Globo para eleger -como conseguiu!- o conservador e mentiroso Collor de Mello.
No livro de Boni, ele diz que não viu intervenção da Globo no chamado "escândalo da Proconsult", quando o candidato ao governo do Rio de Janeiro em 1982,  Leonel Brizola questionou a emissora que manipulou o número de votos que ele havia obtido nas urnas. Brizola brigou inclusive com o jornalista Armando Nogueira, que era Diretor de Jornalismo da emissora, e provou que a Globo queria porque queria que ele não fosse o Governador do Rio. No final o engenheiro Brizola venceu as eleições e a emissora ficou marcada como inimiga da democracia.

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