terça-feira, 8 de novembro de 2011

Obra do romancista José de Alencar será digitalizada e exposta a partir de 2012

Alencar: criador do romance  brasileiro
Com projeto orçado em 100 mil reais, o acervo do escritor cearense José de Alencar será digitalizado e colocado à disposição de pesquisadores, jornalistas e  estudantes e admiradores do intelectual cearense a partir de maio de 2012 numa Biblioteca virtual, que terá como entro de referência a Casa de José de Alencar, no bairro de Mecejana, em Fortaleza.
O projeto será realizado pela Casa de José de Alencar, em parceria com o Arquivo Histórico do Museu Histórico Nacional.
José Martiniano de Alencar, o nome completo do romancista, poeta, teatrólogo, político e jurisconsulto, nasceu em Mecejana, Ceará em 01 de maio de 1822 e morreu no Rio de Janeiro, em 12 de Dezembro de 1877.
Fez o Curso de Humanidades, no Rio de Janeiro e formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo. Diplomado, dedicou-se à advocacia e entrou na política, elegendo-se deputado pelo seu Estado do Ceará em várias legislaturas. Exerceu o cargo de Ministro da Justiça durante o período de 1868 a 1870. 
José de Alencar escreveu diversas obras, sendo considerado, ao lado de Gonçalves Dias, pioneiro e pai do indianismo no Brasil. Seu romance "O Guarani", serviu de inspiração ao músico Carlos Gomes para compor a sua imortal ópera de igual nome. Seu romance Iracema, tem a sensibilidade e a beleza de um poema:
"Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba. Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros. Serenai verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas". 
José de Alencar deixou vários poemas, alguns inacabados como: Os Filhos de Tupã. Foi ainda jornalista e como teatrólogo deixou v´rias peças de destaque como: "Asas de um Anjo", "O Demônio Familiar", "A Flor do Agreste" e "Verso e Reverso".
Alguns de seus romances tornaram-se célebres, sendo apreciados ainda hoje. Entre eles podemos mencionar, além dos citados antes: "As Minas de Prata", "Senhora", "Diva", "Encarnação", "O Tronco do Ipê", "Til, o Ermitão da Glória", "Alma de Lázaro", "Lucíola", "O Garatuja" e "O Sertanejo". Escreveu também as novelas: "Cinco Minutos" e "A Viuvinha", lançadas juntas num mesmo livro. José de Alencar teve uma importância muito grande como intelectual em sua época, tendo encabeçado o movimento para que tivéssemos uma literatura verdadeiramente brasileira.
Pelo realismo psicológico com que enfoca os personagens em seus romances urbanos, Alencar antevê o realismo, influenciando bastante o genial escritor e fundador da Academia Brasileira de Letras  Machado de Assis.
Casa onde o escritor nasceu, em Mecejana, em Fortaleza
José de Alencar, de espírito polêmico, é o maior romancista romântico e um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, criando uma linguagem nova, a que ele tentou até de chamar, língua brasileira, interpretando a formação histórica da nacionalidade brasileira como dando uma visão lírica de nossa paisagem, de nossa gente, de nosso meio.
Entre os manuscritos que serão digitalizados e expostos em computadores na Casa de José de Alencar, destacam-se 13 cadernos contendo fragmentos de textos já publicados como o livro autobiográfico "Como e porque sou romancista", além do ensaio filosófico e antropológico "Antiguidade da América".

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