segunda-feira, 26 de julho de 2010

UM BEM AMADO SEM O GLAMOUR DA TV

Não sou noveleiro, embora não condene quem seja. Acho as novelas todas iguaisl, muito folhetim, lembrando filme de bang bango, quando chapéu do "artista" nunca cai e ele sempre termina com a "mocinha". Mas não posso negar que fui um dos grandes admiradores do ator, humorista, radialista e nas horas vagas (podem crer!) dentista Paulo Gracindo.  Ao ver o "Bem amado", filme de Guel Arraes que foi lançado sexta-feira ,23, confesso que não gostei de Marco Nanini como Odorico Paraguaçú, personagm criado pelo dramaurgo Dias Gomes, como não achei legal  o Zeca Diabo vivido pelo cearense José Wilker, como também vejo alguns percalços que poderiam ser suavizados com uma direção melhor. Não quero aqui dizer que as atuações de ambos - Wilker e Nanini-  não foram boas. São dois excelentes atores, acho inclusive dos melhores do  Pais. Mas é que Paulo Gracindo e Lima Duarte, que viveram os personagens de Dias Gomes na novela (a primeira colorida do Brasil) e depois no seriado global, deixaram marcas tão fortes, que não dá para fazer uma co-relação com os do filme de Guel Arraes. A diferença é muito grande. Inclusive, no caso de José Wilker, a direção do filme resolveu colocar um chapéu  que não tem nada a ver com o original do Zeca Diabo vivido por  Lima Duarte, um autêntico chapéu nordestino, de palha. O chapéu do pistoleiro usado no filme é quase uma cartola. Já o Odorico de Gracinco era rabugento, grosso, extremamento mal educado, arrogante, tipo mesmo dos prefeitos interioranos de 30 ou 50 anos atrás. Nanini tenta ser parecido com oodorico de Gracindo, mas não consegue.
As atuações das irmãs Cajazeiras, também ficaram muito a dever, em comparação com com as do seriado, principalmente a vivida pela atriz Dirce Migliacio, falecida ano passado, que parecia mesmo uma inocente moça do interior. As do filme são muito extravagantes, inclusive nas roupas.
Vejo que quando se faz um remake de filmes ou seriados,  a importãncia artística fica bem menor. Muitas vezes não por demérito dos atores ou personagens, mas porque a marca que fica na produção original é muito forte. principalmente quando atinge a popularidade de O Bem Amado, sucesso extraordinário como novela e como seriado de TV.  Quando fizeram o filme "Gabriela",  cujo Nacib foi vivido por Marcelo Mastroianni, inegavelmente o Nacib que vinha nas nossas cabeças era o global, vivido genialmente pelo  ator Armando Bogus, que fez com maestria o sotaque do turco. Quer dizer,  Bogus marcou o personagem, embora Mastroianni tenha dado um show também como o turco Nacib.
.Para os que viveram o período da interessante história do prefeito Odorico (um "coronel" daqueles bem ditadores que existiram no interior nordestino) e de seu cemitério nunca inaugurado, na novela global ou como seriado, o filme, lamentavelmente, deveu. Mas para quem não teve a oportunidade de ver o original, a película é bem razoavel, embora lembre muito um novelão de TV, como os feitos por Daniel Filho.

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