terça-feira, 22 de dezembro de 2009

OS PRESIDENTES (1)

Das tarefas difíceis para um homem de bem, uma delas é ser presidente de clube de futebol. Digo tarefa, porque no caso do Pará, os estatutos dos clubes são parecidos e em todos eles reza que Presidente e diretores não recebem nada. Ao contrário, tem é que botar o seu. Se não tiver é hostilizado e no mínimo recebe o nome de "liso". O complicador é que muitos querem ser presidente ou dirigente para usar o cargo como trampolim social ou político.
Hoje os três principais clubes são administrados por pessoas que parece a vaidade está acima dos projetos do clube do coração. É, porque é certo que pelo menos os presidentes de Remo e Paysandu torcem por seus clubes. Amaro Klautau é torcedor tradicional do Remo e Luis Omar é "doente" pelo Paysandu. Já Fabiano Bastos, gosta do clube, é frequentador semanal, embora não torça pela Tuna.
Amaro assumiu no princípio do ano como um revolucionário, embora políticamente seja tão atrasado quanto seu partido, o PSDB. Prometeu que faria um time que seria campeão com 15 dias. No mínimo aloprou, não sabe nada de administração, ou então pensa que todo mundo tem o nariz furado de maneira errada. Resultado é que não formou time nenhum e não ganhou o Campeonato Paraense. Aí criou nova história: iria botar o Remo na Série D, embora a vaga fosse do S. Raimundo. Falou, viajou, mas deu com os burros n'água. Não botou nem na "E", porque essa nem sequer existe. Enquanto isso, a sede campestre do Clube foi vendida, foram pagas algumas continhas e o buraco continuou. Só que maior e mais embaixo.
Por último teve a idéia "genial" de vender o Baenão. Conseguiu com alguns repórteres levar a ideía à Imprensa e reuniu com o Conselho Deliberativo mostrando a proposta. Acontece que a primeira proposta era no valor de 40 milhões, que seriam 15 para pagar dívidas do clube e os 25 para fazer um estádio muito superior ao Baenão, "embora fora do centro de Belém". E ia mais adiante: "só vamos entregar o Baenão quando nos entregarem o estádio novo em pleno funcionamento".
Acontece, que na reunião do Condel do Remo, o pretenso interessado apareceu com uma proposta de apenas 33 milhões, que seriam tipo 14 para aquisição do terreno e 19 para construção do estádio. E o comprador exigiu logo começar a trabalhar na demolição do Baenão.
Aí o bicho pegou. Tudo que o Presidente havia falado foi de água abaixo. E os 7 milhões? e o estádio pronto? E as dívidas do Clube como serão pagas? Não vai sobrar nada para alguma benfeitoria? Foram várias perguntas que Conselheiro, beneméritos e GBSs fizeram entre si.
Moral da história: tudo vai ser decidido no próximo ano, e pelo andar do bonde, o Condel não vai aceitar a proposta do Presidente, que para a maioria, é mais um criador de histórias mirabolantes, à procura de enriquecer seu palanque político e que só quer vender o patrimônio que os históricos construíram.

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