domingo, 13 de dezembro de 2009

GRACILIANO E O MERDAFONE

A Imprensa tira o maior barato com algumas frases ou palavras que o presidente Lula está sempre a improvisar em seus pronunciamentos. É válido e deve ser noticiado, porque o Presidente é notícia e é interessante se saber o que fala e o que pensa. Agora usar hipócritamente uma frase ou palavra para fazer política barata, vou entrar no mérito da pornografia, é uma tremenda sacanagem. E foi o que fizeram os jornais de grande circulação do Brasil, que usaram a simples merda do Lula, numa porção do produto em tamanho familiar. Alguns deram até manchetão.

Causou indignação um comentarista de TV que passou 8 minutos falando no assunto,parecendo que Lula havia falado algo tão constrangedor quanto Fernando Henrique quando presidente , que disse "que aposentado é vagabundo", ou mais recentemente, quando vomitou a indelicadeza que "Lula escolheu sua candidata a sucessora na dedada". Como foi o Dr, Fernando Henrique, ninguém comentou, acharam até engraçado. Mas o Lula...

O assunto me traz à memória um fato acontecido com o escritor Graciliano Ramos, alagoano autor de "Memórias do Cárcere".No citado livro, em que o escritor narra suas experiências na cadeia no Rio de janeiro, ele conta que para se comunicar com os outros presos, usou um antigo vaso sanitário da cela em que ficou. Depois de "higienizar”a velha sentina , Graciliano meteu de com força a boca na dita cuja que a partir daquele momento passou a ser uma irradiadora de tudo que acontecia na cadeia, numa comunicação não muito moderna, mas bem excêntrica, ou melhor "sui generis". O aparelho de comunicação que ficou famoso na cadeia de Ilha Grande, ganhou o sugestivo nome de "Merdafone".

Como se vê, quando o assunto é importante, muitas vezes a merda ou um derivado seu pode e deve estar presente. E tirar o povo da merda, depois que os inimigos deste mesmo povo não tiveram competência ou vontade política de tirar, é algo por demais sério.

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