segunda-feira, 16 de novembro de 2009

RELEMBRANDO HEMINGWAY

Não sou muito apaixonado pela cultura americana, embora tire o chapéu para o cinema e para o grande escritor da terra de Tio Sam Ernest Hemingway. Papa Hemingway, como era chamado por seus amigos, deixou uma das mais fabulosas obras da literatura mundial, misturando amor, aventura, guerra e dois de seus grandes passatempos: a pescaria e a caça. O escritor viajava em demorados safaris pela África para caçar. Como também ficava em sua residência final em Havana a admirar os barcos de pesca que iam e vinham pela manhã e à tarde, com pescadores e peixes que lhe traziam inspiração para contos, crônicas e romances. Amigo de gente humilde, como pescadores e bêbados, e de milionários, artistas,poetas e outros escritores,Hemingway teve casos com as mulheres mais lindas de sua época, algumas atrizes famosas e beldades da realeza européia e americana. Casou com algumas e foi amante de outras. Bebedor inveterado, tinha o seu lugar reservado nos bistrôs cubanos, nos EUA e em Paris , onde sempre se refugiava em encontros demorados com amigos que convidava de várias partes do mundo, dentre os quais diretores de cinema, atores, escritores, milionários, toureiros, mulheres lindas e muitos maridos ciumentos. Quando tive a oportunidade de ler seu livro, "Do outro lado do Rio, entre as árvores", quiz conhecer toda o trabalho do genial escritor e, daí, me deliciei com várias de suas obras em pouco tempo. "Paris é uma Festa", "Por quem os sinos dobram", O velho e o Mar", "As neves de Kilimanjaro" (os dois últimos, também imortalizados pelo cinema), foram obras que marcaram a mim e a uma geração de afccionados pela boa literatura.
Há mais ou menos dez anos, comprei em um "sebo", a obra "Papa Hemingway", do escritor e amigo de Hemingway A.E. Hotchner, que viveu e sofreu os últimos momentos da vida do grande mestre da literatura americana. Hotchner descreve cinematograficamente a morte de Hemingway, como quando o escritor sentindo-se cada vez mais combalido pela doença que lhe acometera, diz que não tinha mais razão para viver. "Que me adianta ficar assim, quase moribundo, sem poder fazer as coisas que mais gosto na vida? Não posso mais amar, não posso mais beber, não posso mais escrever. Prefiro morrer".
Hemingway morreu com muitas idéias literárias na cabeça. Debilitado e triste, deu um tiro de fuzil na boca pondo fim à própria vida e a um sofrimento que dizia não suportar mais.

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