sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O GARRINCHA DA MPB

Defendo Gilberto Gil como um dos maiores ritmistas da Música popular Brasileira da atualidade, juntamente com o carioca do Estácio Luiz Melodia. Gil consegue interpretações realmente fantásticas, tirando de letra músicas que uns e outros se enbananam para cantar. Mas tudo isso tem uma explicação. Gilberto Gil costuma dizer que seu inspirador musical foi Jackson do Pandeiro, um paraibano de mais ou menos um metro e meio, falecido em 1982, em Brasília, quando apresentava um show.
Sou meio suspeito de falar de Jackson do Pandeiro. Posso dizer que as músicas deste fenomenal ritmista, o maior de todos os tempos, povoaram minha infância e me fizeram ser um apaixonado pela boa música. Jackson com o auxílio de um modesto pandeiro, fazia verdadeiras acrobacias com a voz, principalmente quando intrepretava as difícies músicas do compositor Gordurinha.
A primeira vez que ouví "Chiclete com Banana", na voz de Gilberto Gil, fiquei impressionado com a interpretação, a entrada na segunda parte da música sem falsetear, o jogo vocal e o cacoete natural do bom intérprete e bom cantor que é Gil. Curioso, procurei (isso já faz uns trinta e uns aninhos) saber o autor da música e, descobrindo que era Jackson do Pandeiro, num "sebo" encontrei um velho vinil do paraibano. Ao ouvir as antigas músicas que me levaram de volta a um pssado que jamais voltará, me deparo com "Chiclete com banana". A surpresa foi maior, pois senti a semelhança de interpretação a de Gilberto Gil, embora jackson do Pandeiro seja de uma época de poucos recursos de gravação (4 ou 8 canais, não sei bem). A firula da interpretação parecia mais um drible de Garrincha ou Pelé, a malemolência, o velho traquejo, enfim, um gol de placa de interpretação.
Acompanheio o falecimento de Jackson do |Pandeiro, em 1982 e as homenagens que artistas fizeram para o grande cantor.Belchior, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fagner, Alceu Valença foram os que mais demonstrarm sentimentos de grande perda para nossa MPB. Gil falou que o paraibano foi seu inspirador, e Alceu Valença sapecou esta inequecível frase:"Gonzagão foi o Pelé e Jackson do Pandeiro foi o Garrincha da Música Popular Brasileira". Achei genial a homenagem do pernambucano, como também fiquei feliz com o reconhecimento que sua cidade lhe fez, inaugurando ano passado, o "Memorial Jackson do Pandeiro", em pleno centro de Alagoa Grande, cidade natal do cantor-compositor. Com um imenso pórtico em que Jackson está tocando um pandeiro, seu instrumento predileto, o memorial consta de objetos pessoais, arquivo musical e uma parte especial onde estão os restos mortais do ilustre paraibano, que foram transferidos do cemitério do Caju, no Rio, para Alagoa Grande.
Esta modesta homenagm ao grande músico Jackson do Pandeiro, é por ter ganho do meu amigo Carlos Mangabeira um CD com interpretações geniais de Jackson do Pandeiro e do ilustre paraense Ary Lobo. Aliás, sobre Ary Lobo, que o Pará deveria reconhecer a obra e reverenciar, farei comentário breve, pois foi outro nome que vejo de grande importância em nosssa musica popular.

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